(Jamaica relembrando os bons tempos)
(Jamaica junto a equipe em 2001)Trabalhar com atletismo no Vale do Ribeira apesar de extremamente difícil me parece cada dia mais revelador, é incrível como essa modalidade apaixonante a cada dia se renova, quando pensamos em desanimar com a partida de um bom atleta semeado em terras férteis de nossa maltratada pista do complexo Vila olímpica Dondinho em São António do Juquiá , um rosto novo e esperançoso aparece querendo conquistar o universo das passadas, dos movimentos com amplitude,querendo construir morada em uma das bases do podium.
Por outro lado é triste saber que muitos que por aqui passaram com sorrisos espontâneos, hoje
estão trancafiados em celas, escravos das drogas, ou viraram estatísticas da violência do penoso dia-dia. Faço essa prévia explanação por causa de um fato acontecido na última quinta-feira dia 6 de maio quando treinávamos numa tarde quente, quando um rapaz adentrou a pista interrompeu o treinamento e perguntou-me: - Julião será que eu ainda sei correr?
Eu o reconheci de cara, ele foi aluno ali naquela pista esburacada, e hoje atravessa problemas
de ordem psíquicas, em decorrências de vários dessabores que a vida lhe enviou. Eu o abracei
e disse:- Você é sempre benquisto em sua casa! ele, um negrão forte de 1,90 que ensinei a lutar contra a inércia no salto triplo, sorrio , calçou uma sapatilha que estava por ali e deu um tiro de 60 metros com dois jovens que estavam fazendo velocidade!
Quero dizer que uma das poucas lembranças boas que o velho "Jamaica" guardou em sua cabeça, foram os tempos do atletismo, das viagens, dos amigos que por ali fez, talvez isso já seja um alento.É uma pena que tantos jovens talentos se percam no caminho é mais lamentável ainda como o poder público fecha os olhos para desfechos tão explícitos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário